A cada dia que passa eu organizo em minha mente as maneiras políticas de se [con]viver. Quem não conhece a famigerada política do favor, em que tudo gira em torno de um toma lá e dá cá?
No entanto, arrisco-me a falar sobre a tal Política Lacaiesca que de acordo com meus devaneios de pessoa singela e pensante trata-se da relação estabelecida entre pessoas, atualmente, através de uma pseudo-hierarquia referente a situação social, digo pseudo pelo fato dessa relação entre essas duas pessoas – amo e lacaio – ocorrer entre pessoas que ocupam os mesmos cargos em um determinada instituição. Contudo, uma delas vê-se por algum motivo inferior a outra e por isso torna-se seu lacaio. Um tipo de servo fiel, que irá fazer o serviço pesado, tapa os buracos e até leva a culpa pelo o quê não fez.
Por ser lacaio a pessoa recebe um tipo de proteção daquele que ela julga superior. Uma proteção que não é bem um proteger, mas um o ter voz, já que o lacaio se vê como inferior e incapaz projetar a sua própria voz.
E, muitas vezes, enganasse quem pensa que a política lacaiesca é uma demanda do “inferior”, a demanda é do pretenso amo que não consegue viver sem ter uma lacaio ao seu lado, alguém que ele possa vez ou outra humilhar, colocar em posição inferior, exercer sua pseudo-soberania e voltar para casa feliz.
Lacaio bom é aquele que está sempre disposto a ser a agenda, o faz-tudo, o guarda costas do amo. O pretenso amo não tem amigos, ele é soberano demais para ser amigo de alguém, ele é o mais inteligente, o mais esperto, aquele que saberia fazer tudo, mas prefere evitar a fadiga – na verdade é alguém muito tapado que não consegue colocar uma linha na agulha e por isso cria essa psedo-hierarquia.
Nesse contexto, o pretenso amo pode escolher uma pessoa e a pessoa, muito inocente, achar que aquela relação é uma amizade e que os favores que fez são frutos dessa amizade, porém, em algum momento, ele poderá perceber que está, na verdade, sendo tratado como lacaio. Durante tal percepção, o pretenso lacaio acaba por assustar o pretenso amo, que bruscamente se afasta e trata de destruir aquela relação atual e qualquer tipo de vínculo futuro. Por exemplo: concordar que seria melhor para a empresa que todos começassem a vir de uniforme, se o ex-pretenso-lacaio concordar com isso o pretenso amo vai discordar, comprar a briga sozinho, se necessário, conseguir uma maneira de fazer o ex-pretenso-lacaio se passar por louco, estúpido, desinteligente.
Por isso, tomem cuidado com essa forma política de [con]viver…
E como já dizia uma tia avó: – “Quem muito abaixa a cabeça, mostra o toba!” ![]()
See u!
concordíssimo. =*
ResponderExcluir=D
ResponderExcluirconcordemos!!