Normalmente, quem afirma tal coisa tem como base o fato de que não há 'felizes para sempre', pois as pessoas traem, não se dedicam à monogamia, porque elas sentem atração por outras pessoas que não só o seu par romântico oficial e público.
Veremos...
O que é o amor?
- 1.forte afeição por outra pessoa, nascida de laços de consanguinidade ou de relações sociais.
- 2.atração baseada no desejo sexual.
O que é o romantismo?
- 1.ARTES PLÁSTICASgrande movimento intelectual e artístico ocidental que, a partir do final do sXVIII, fez prevalecerem como princípios estéticos o sentimento sobre a razão, a imaginação sobre o espírito crítico, a originalidade subjetiva sobre as regras estabelecidas pelo Classicismo, as tradições históricas e nacionais sobre os modelos da Antiguidade, a imaginação sobre o racional ☞ inicial maiúsc.
- 2.qualidade do que é romântico ou romanesco.
- 3.atitude, comportamento que evoca o romantismo (acp. 1), dado o sentimentalismo exacerbado, o individualismo, o gosto pela natureza, pela inquietude existencial etc.
Sendo assim, o amor romântico é um amor que está focado nos sentimentos, na imaginação, nos sonhos, na idealização dos laços de afeição que existem entre as pessoas.
O amor romântico não existe concretamente, porque o que é idealizado não existe. No entanto, o amor romântico existe na prática, já que uma pessoa é capaz de ferir gravemente e amargar a garganta de alguém que diz ter afeição para vivenciar a idealização de amor com outra pessoa.
A traição amorosa só existe, porque a pessoa que trai está ferozmente apegada ao amor romântico de forma narcisista.
A pessoa que trai idealiza um final feliz (mesmo que momentâneo) com alguém que lhe faça sentir calores na espinha. Borboletas no estômago. Genitália intumescida por um simples olhar. Ela trai por se sentir vazia, por querer se preencher de prazer e esquecer os deveres do cotidiano.
O amor romântico é o amor que não precisa de dialogar a relação, é o amor que existe fluido e, ironicamente como se supõe ser, acontece como o desabrochar de uma flor na natureza.
E o amor romântico deseja o felizes para sempre... A felicidade eterna é o prazer eterno; é não ter que se preocupar com as contas para pagar, com a criança para cuidar, com o trabalho doméstico. A felicidade eterna é um vício alimentado para fugir da dor.
Quantas vezes lemos em textos sobre a traição que existem motivações para que ela ocorra: "ele se sentiu rejeitado", "ela estava se sentindo sozinha", "ele não se sentia desejado como no início", "ela estava triste com a relação".
Todas essas proposições são dores infantis que queremos que a outra pessoa, o par, sane com sua dedicação perene e exclusiva.
Não há possibilidade de dedicação plena e exclusiva, e com isso não estou dizendo que não há monogamia. O que digo é que a pessoa tem que se dedicar a si mesma, e só de cuidar de si já não cuida da outra pessoa exclusiva e plenamente.
A monogamia é possível quando não há amor romântico. Pois não trair é uma escolha que se faz quando se tem consciência de suas próprias dores infantis e se compartilha essas dores com seu par. A construção de uma relação só é possível se as pessoas compartilham seus sentimentos de forma honesta, se as pessoas se sentem livres para chegar em casa e dizer, por exemplo:
- Eu percebi hoje que estou flertando com outra pessoa, estou fazendo isso porque estou sentindo falta do frisson da paixão na vida.
Essa constatação compartilhada não deveria gerar rancores e sentimentos de rejeição, mas provocar o início da compreensão de caminhos que podem ser trilhados pelo casal para que se recupere o prazer que foi consumido pelo tempo.
Amar, amar de verdade, é ser uma pessoa aberta, que compartilha com honestidade qualquer sentimento que surgir que possa afetar diretamente a pessoa que se ama. Agir assim é agir com responsabilidade afetiva e cuidado, é amor. Amor que confia!
Veja, não estou dizendo que um casal deva compartilhar tudo que sente. É importante que a individualidade seja respeitada. Contudo, ao realizar qualquer movimento emocional e afetivo na sua vida é importante que analise se esse movimento irá atingir violentamente a pessoa que você ama.
O compromisso em uma relação amorosa acontece, de fato, quando a convivência afetiva é amparada pela lealdade e pelo cuidado - o que alimenta, vigorosamente, a confiança.

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