quarta-feira, 29 de julho de 2020
Queixume d'Mulher
Voltar a escrever para tirar de mim toda essa dor que não some.
É dor de rejeição, da ofensa que não pode ser desculpada, das palavras duras que partem o coração ao meio, ferida que não fecha completamente, pulsante, merejando pus fétidos.
E você já não percebe mais a dor, pois só quer que a ferida cicatrize.
Você a costura, mas sua linha é frágil.
Você a queima, mas o inchaço aumenta e dilata sua pele.
Você a rasga de novo, sangra...
Parece que sobrou algo lá dentro que não permite que sare.
E você está apegada a essa coisa que causa toda a inflamação.
Você se fecha e pede que a coisa se acomode, sinta seu lugar dentro
e não se mova.
Mas se move.
Você não tem forças. Você não é uma concha. Essa coisa não virará uma pérola.
É insano continuar a suportar essa dor.
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